Quando a vida aperta: o que a flexibilidade psicológica tem a ver com o seu bem-estar?
Se você sente que algo em você está pedindo por pausa, reconexão ou direção, talvez seja hora de se escutar com mais carinho. E eu posso te ajudar com isso.
Jéssica Medeiros
5/12/20252 min read
Tem dias em que tudo parece funcionar por fora, mas por dentro... algo não encaixa.
Você tenta manter o controle, fazer o que precisa ser feito, ignorar o incômodo — mas ele volta. Em forma de cansaço, irritação, cobrança, sensação de que perdeu algo de si mesma no meio do caminho.
Muitas vezes, o problema não está exatamente no que sentimos ou pensamos, mas em como lidamos com isso. É aqui que entra o conceito de flexibilidade psicológica — uma habilidade essencial que, quando enfraquecida, pode nos manter presas em ciclos de sofrimento, mesmo que tudo pareça “sob controle”.
O que é flexibilidade psicológica (na vida real)?
É a capacidade de estar presente, perceber o que sentimos, e fazer escolhas com base no que importa — mesmo diante do desconforto.
Parece simples, mas nem sempre conseguimos fazer isso. Muitas vezes, estamos tão ocupadas em evitar o que incomoda que deixamos de viver o que importa.
Por exemplo:
Você sente medo de se posicionar — e por isso se cala.
Sente tristeza — e se ocupa o dia todo para não pensar.
Sente que algo não vai bem — mas racionaliza tudo para não mexer onde dói.
Isso é o que chamamos de inflexibilidade psicológica: quando os pensamentos e emoções nos aprisionam e nos afastam do que realmente importa. Não porque eles são “ruins”, mas porque começamos a viver em função deles — ou tentando fugir deles.
Como isso impacta sua vida?
A inflexibilidade pode fazer você:
Evitar conversas importantes por medo de conflito
Repetir padrões que não fazem mais sentido
Ignorar sinais do corpo e das emoções
Se afastar dos seus próprios valores
Sentir que está vivendo no piloto automático
E onde entra a psicoterapia nisso?
Na psicoterapia baseada em ACT, o foco não está em “resolver o problema” ou “eliminar sintomas”.
O foco está em ampliar sua consciência, sua liberdade de escolha e sua capacidade de agir de forma coerente com quem você é — mesmo quando há desconforto.
Isso envolve:
Aprender a não se fundir totalmente aos seus pensamentos (eles não são ordens, são só pensamentos).
Reconhecer suas emoções sem precisar fugir delas.
Resgatar sua história, seus valores e seu centro — o seu self.
O que é o self nesse processo?
Na ACT, o self não é uma ideia rígida de quem você “deveria” ser.
É um espaço interno de observação, consciência e presença.
É esse lugar dentro de você que consegue dizer:
“Eu estou triste agora, mas não sou só tristeza.”
“Eu tenho medo, mas ainda posso escolher o que é importante para mim.”
Autoconhecimento é isso: lembrar quem você é, além do que sente, pensa ou vive no momento.
E se você pudesse se flexibilizar — ao invés de se cobrar tanto?
A psicoterapia não é sobre corrigir o que está “errado”.
É sobre abrir espaço para o que é verdadeiro.
É sobre deixar de viver no modo de sobrevivência e começar a viver com intenção.